O músico compositor Tico da Costa, foi o mais internacional dos artistas potiguares. Nasceu em Areia Branca e levou o nome do Rio Grande do Norte e do Brasil mundo afora. Fez turnês pela Europa, África e Américas Central, do Norte e Sul, tocando em festivais de Jazz, Folk e World Music de grande relevância pelo mundo, ao longo de 40 anos de carreira. Teve 18 álbuns gravados, dos quais 7 na Itália, 5 nos EUA, 5 no Brasil e 1 no Paraguai. O cantautor e violonista Tico da Costa é uma expressão genuína que abrange o bucólico dos ritmos nordestinos, a picardia do chorinho e a sofisticação da bossa.
Nasceu em 1951 entre dunas e salinas de Areia Branca, litoral do Rio Grande do Norte. Aprendeu violão em casa com a família e já com os primeiros acordes começou a compor fluentemente. Numa noite em Recife, compôs 21 canções para cada quadro de um pintor, que depois deste desafio o convidou também para fazer shows-exposições na Itália. E assim iniciava a sua carreira internacional.
Em Natal, Recife e Roma estudou música, e na universidade, Letras. Simultaneamente, percorria o Nordeste brasileiro, Europa, fazendo shows em teatros, escolas e universidades.
Já desde os primeiros compassos, Tico da Costa magnetizava com facilidade até o mais desatento dos ouvintes com seu carisma de showman inato. Ele falava com graça do cotidiano nas suas letras.
Possuía um estilo inconfundível. Entrelaçando harmonia, arpejos, criando um dinamismo polirrítmico que fascinava público, músicos e críticos. pela sua exuberância seja como solista voz-violão, ou com a sua eletrizante banda.
A sua discografia abrangeu 18 CDs, todos de sua autoria. Tournées por Europa, África e Américas. Obteve invejáveis críticas do “The New York Times” e outros jornais americanos, europeus e sul-americanos. Entre outros, ele fez shows em Nova Iorque no Town Hall, Sinfony Space, Blue Note, Knitting Factory.
Assim como se destacou com suas atuações nos festivais: New Port Folk Festival, New York Jazz Festival, On Stage World Trade Center, Celebrating Brooklyn Festival e outros.
Morreu em Natal dia 29 de agosto de 2009 de um câncer fulminante no pâncreas que lhe fora diagnosticado na Itália, onde foi por ocasião da tournée de lançamento do seu cd MAR.
Fatos históricos
Durante anos no vaivém a Nova Iorque, Tico da Costa conseguiu impressionar a crítica do “The New York Times” quando no histórico teatro Town Hall, abriu o concerto para João Bosco, juntamente com Paquito D ?Rivera, John Patitucci, Toninho Horta, Arthur Maia.
Dois meses antes, o The New York Times tinha lhe dedicado um considerável “review” pelo seu concerto no Knitting Factory (30 julho 96) por uma grande curiosidade: Tico teve como hóspede nada mais e nada menos do que um dos maiores compositores contemporâneos americanos: Philip Glass; que curiosamente pela primeira vez em sua carreira fez arranjos e executou publicamente a música de outro compositor. Glass mergulhou com o seu inconfundível trade-mark-minimalista nos temas originais do Tico. Um extraordinário “crossover”.
Nesta ocasião, perante os jornalistas, Philip Glass disse, reconhecendo o talento do Tico: “Tico é um importante compositor e uma brilhante presença em cena. Estou interessado em tocar com ele e espero que este concerto sirva para o seu reconhecimento e aclamação que tanto merece”.
Outro “crossover” que inquietou a crítica americana: o legendário folksinger Pete Seeger e Tico da Costa. No meio da platéia do Knitting Factory, estava um espectador ilustre e comovido. Outro mito, só que em outro universo da música. O mais importante mega produtor do business music George Wein.
Maior promotor de vários festivais, ex-manager de Charlie Parker, Miles Davis, Billie Holliday, inclusive de Pete Seeger e tantos outros. Fatalmente meses depois, Tico da Costa estava no cobiçado New Port Festival com as suas canções, a sua alegria e o seu toque mágico de conduzir a audiência.
O teatro SYMPHONY SPACE de up town Broadway em Nova Iorque lotado, aplaudiu intermitentemente Tico da Costa pela sua participação fulminante como convidado especial no Brazilian Dance Musical, produzido pelo World Music Institute.
A revista Resident de Manhattan aclamou Tico da Costa como “a verdadeira surpresa da noite tocando violão brilhantemente com energia exuberante” em ocasião do concerto “Canción del Inmigrante”, baseado numa canção do
Tico (versão em espanhol do Bernardo Palombo), junto com Roy Brown, Luis Diaz, e novamente com Pete Seeger. Pete, impressionado como facilmente a audiência seguia o Tico, decidiu convidá-lo para fazer vários concertos no Arizona, New Haven, no estado de N.Y. Banjo, guitarras, songs, anedotas, American Folk e Brazilian Music agradaram em cheio o abismo de expectativas por parte do público e da crítica presente.